Educação Publica Brasileira, promissora ou falida? - Introdução e Histórico


Uma serie com artigos, denuncias, e motivos que fizeram a educação pública brasileira obter o nível que é.

Não é de hoje que o sistema publico de ensino brasileiro tem sido menosprezado e visto como chacota. Cotas, servem para criar uma ideologia que quem estuda em escola publica e particular tem os mesmos direitos e ao mesmo tempo gera uma ideia de incapacidade de um estudante de CIEP conseguir ingressar numa faculdade. Professores não recebem adequadamente, trabalham horas incansáveis e tem turmas enormes. Afinal, o nosso sistema de ensino sempre foi assim?


Na verdade, o 'sucateamento' do sistema de escolas publicas do país e dos estados não aconteceu como muitos falam na Ditadura Militar, e sim na pós-ditadura, período no qual o governo Sarney, após uma misteriosa morte de Tancredo Neves, assume o poder e entrega o país nas mãos de empresas. Então começou o sucateamento, não só da educação, mas do transporte, da saúde.

Acreditem, a Ditadura não foi só censura. Mesmo que em grande parte tenha sido uma horrível era, também teve seus lados bons.

No período em que transcorreu a ditadura, a educação, a infraestrutura, e a saúde estavam em estados ótimos para o período triste que o país passava. E graças a ditadura, muitos não conseguem ver que o período que o país esteve também foi muito promissor. Contudo, foi sucateado e assim é depositado todo o ódio pelo sucateamento, nas forças armadas.

Outro fator importante é que existe uma frase que eu já ouvi, e diz: "Militar não sabe roubar". O país pode até ter sido censurado, mas não era tão roubado por empresas multinacionais e nem por políticos como hoje. Se você for analisar, é difícil ver um General morando em mansão, ou um Almirante aposentando viajando de jatinho.

No período inglório que foi o de Sarney, e que continua sendo, a educação publica foi se despedaçando graças às influencias multinacionais que impediam que os investimentos fossem parar nas escolas, e então conseguimos ver cadeiras e quadros da década de 80 em escolas publicas em grandes centros. Algo inadmissível para um país com objetivos tão grandes.

E nesses próximos períodos da história, simplesmente nada foi feito, nada que mudasse substancialmente a realidade nesses setores. O país foi simplesmente deixando de lado, empurrando com a barriga, como quem diz "Não fui eu quem fiz a m**** então não vou resolver", e para qualquer político corrupto, um ignorante já é um voto na urna.

O salario mínimo, que segundo estudos do DIEESE, deveria ser de R$ 2.873,56 graças aos altos valores enfrentados no mercado e hoje anda na casa dos 678 reais. Isso não cria a possibilidade de uma família investir na educação de uma criança. Então temos os mais diversos motivos de uma criança, ir para uma escola que aprova ela diretamente e onde ela encontra o mundo das drogas e acaba se marginalizando. Existe a parcela de culpa da família, mas o estado ajudou, e muito, para que uma criança perde-se a vida.

Ultimamente, escolas publicas, locais de estudo, projetos, iniciações científicas, formação de lideres, e de pessoas íntegras tem se tornado grandes creches para grandes bebezões irem passar o tempo, estragar um final de semana planejado de um professor e ainda por cima, não aprender nada.

Então, se você não tem dinheiro pra bancar uma escola particular pro seu filho, você joga na conta do estado e o estado finge que ensina, você finge que ele educa, seu filho finge que aprende e assim criamos mais um sem futuro e sem objetivos no estilo "deixa a vida me levar... vida leva eu"

E graças a todas essas injurias feitas no nosso sistema, hoje se é possível até COMPRAR vagas em concursos públicos, ou seja, se for  filho de empresário e não gostar de estudar, pode ir naquela escola comprar o gabarito e tá tudo certo. Terá um cargo publico, não vai fazer nada e vai ganhar em cima de quem paga imposto. Mas o pai dele não se importa, ele também não paga imposto.

Ou seja, o problema é bem mais fundo que imaginamos. Essa foi apenas uma introdução. Espero poder prosseguir e trazer mais um pouco dos motivos que fazem a educação publica ser o que é.

3 comentários:

  1. Verdade. Eu fui professora na rede pública e na particular, e sei que na pública enfrentamos problemas primários como a infraestrutura, professores mal remunerados entre outras situações das mais bizarras possíveis, mas uma coisa pude observar tanto na pública quanto na privada e até mesmo pelo meu comportamento como estudante. O maior problema está na sociedade que não valoriza a educação, a cultura que se espalhou na sociedade brasileira que tudo se pode dar um jeitinho, que vou estudar para um concurso para não fazer nada a vida toda, isso está enraizado no pensamento do Brasileiro. O próprio professor da rede pública tem esse pensamento, os estudantes entram em sala para pegar um diploma passando na média e colando e para garantir o bolsa família, não se tem o senso de realmente aprender, de aquirir conhecimento, cultura e de almejar sucesso e prosperidade através dos estudos. Vocês , eu e alguns jovens que por nossa educação familiar ou por conta de algo ou alguém que encontramos que mudamos nossa visão e buscamos um caminho digno e honesto para nossa história. Cabe a nós fazermos nossa parte e através de nossas atitudes tentar mudar essa cultura da nossa sociedade.
    Recomendo o texto de Walcyr Carrasco ''Todo mundo quer propina'' reflete muito isso que falei.

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  2. E aí, galerinha? Olha, eu li o texto de vocês e admito que gosto muito da iniciativa porque eu também sou um jovem que não tá a fim de ficar parado. Gostei muito da qualidade visual desse projeto, mas eu tenho alguns pontos sobre esse texto exatamente que eu gostaria de expôr. Ao falar de ditadura, temos que tomar muito cuidado, pois a educação que você chama de valorizada na ditadura, ou melhor, de não sucateada, é consequência do governo que sofreu o golpe militar. E sobre multinacionais, o governo da ditadura tinha estreitas relações com os Estados Unidos da América e haviam sim muitas multinacionais por aí. Aconselho que busquem um documentário chamado "O Dia Que Durou 21 Anos". Ressalto que estou nesse momento sentado numa escola pública, que apesar de seus problemas e defeitos, é uma iniciativa governamental da qual nós desfrutamos. Falo da E. T. E. João Luiz do Nascimento. Muito obrigado.

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    1. Olá Nilson. Obrigado por ter gostado da iniciativa, o blog tá meio parada, mas vamos fazer uns ajustes e voltar com tudo nele.

      Não digo que na ditadura, os militares não tinham relação com multinacionais, logo, com o capital estrangeiro, monopolizado na época pelos EUA. O golpe foi patrocinado e arquitetado por eles. Porém se tem uma coisa que Militar admira é disciplina, e pra isso precisa-se de educação. As portas para as multinacionais eram muitas, mas em outros ramos, e não de interverencia do dinheiro publico (de forma escancarada). Quando o governo foi passado, as multinacionais abocanharam uma grande oportunidade de participar do processo político da época, o que não era permitido na ditadura. Não se tinha em peso escolas particulares - medianas - pois a concorrência com a publica era muito grande.

      Logo, investidores adentraram de forma orquestrada no ramo político, com os investimentos virados para tudo menos saúde e educação a queda se tornou evidente, e fatal.

      Já que me indicou um documento, lhe indico outro: leia "1968 - O ano que não terminou" e vera como a própria queda, da ditadura foi orquestrada.

      Não sou a favor da ditadura, só não aceito que associem má educação a um problema já resolvido, temos que culpar os que participaram, e os que são coniventes e nada fazem.

      Aprecio nossa escola, mais associo a qualidade dela ao esforço de professores e a boa gestão. Outras FAETEC's não tem a mesma qualidade, que a nossa. Fora que já morei em Belém, já vi a vida de ribeirinhos, e a discrepância com a metrópole.

      A diferença está nos resultados, um menino do Colégio São Bento, e um "zé" do CIEP. A diferença não é 5 pontos, e algo em torno de 500. E não é questão de um ser melhor, é questão do investimento do estado na educação, cultura, qualidade de vida, de forma correta.

      Temos total condição de fazer. E dinheiro não é problema. O país tem nióbio, petróleo, e mineiros a pampa, mas quem usurpa são as multinacionais. Que tbm foram sucateadas, e doadas a multinacionais entre a ditadura e o governo Lula.

      Vlw abraços.

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